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Luto nacional: “Portugal perdeu um dos maiores líderes empresariais da era moderna”...Ver mais
Música Que Curto dezembro 02, 2025
Portugal perdeu, hoje, um dos maiores líderes empresariais da história recente" do país, afirmou António Ramalho Eanes numa nota enviada à agência Lusa na qual recordou a amizade que há décadas o liga à família Mota e que remonta ao regresso do clã de Angola.
"A minha amizade com a família Mota, que se estendeu com crescente admiração para o Eng.º António Mota, remonta ao período em que o seu pai, Manuel António da Mota, regressou a Portugal, após ter realizado grandes obras em Angola, de que não colheu os frutos, dada a convulsão política e social de então, e reergueu a Mota & Companhia a partir de 1977, com a adjudicação da importante obra de regularização do Mondego, através de uma solução técnica inovadora", referiu.
Ramalho Eanes considerou que António Mota "herdou e deu continuidade à missão e aos grandes valores do pai", mas conseguiu também afirmar-se "como um grande empresário e empreendedor com uma visão de futuro".
Destacou que a António Mota se deve a liderança na "transformação da empresa no mais diversificado e internacionalizado grupo português de construção, com sólida presença e prestígio internacional", sublinhando também a "dedicação à solidariedade e à responsabilidade social" através da criação da Fundação Manuel António da Mota.
"Contribuiu (...) decisivamente, não só para a afirmação da engenharia civil portuguesa enquanto motor de empreendedorismo para o País, como, também, enquanto exemplo de ação socialmente benéfica", disse.
Ramalho Eanes lembrou que António Mota era "possuidor de uma sólida formação humana" e de "uma estatura fora do vulgar", deixando "um legado empresarial e humano ímpares".
"Se a sua família perde um dos seus mais queridos familiares, Portugal perde um dos seus maiores e melhores empresários", sublinhou.
O antigo presidente da Mota-Engil, António Mota, morreu hoje no Porto aos 71 anos.
Nascido em 1954, em Amarante, António Mota era o único filho varão entre quatro irmãos e foi desde muito cedo preparado pelo pai -- que tinha apenas a quarta classe - para lhe suceder à frente da construtora que fundou em 1946.
Licenciou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), tendo passado as férias ao longo dos vários anos do curso em estágios nas diferentes obras que a Mota & Companhia tinha em curso.
Adepto do 'low profile', António Mota valorizava os fins de semana em família e a natureza familiar da construtora a que presidia, tendo a sua liderança ficado marcada por uma estratégia de diversificação da atividade do grupo, que apostou em novas áreas que vão desde as concessões rodoviárias às operações portuárias, resíduos, águas e logística.
Atualmente presente em 21 países e três continentes (Europa, África e América), a Mota-Engil tem como principais acionistas a 'holding' da família Mota (MGP), com 40,19% do capital, e a Epoch Capital Investments B.V., com 32,41%, e está cotada no PSI, principal índice da Euronext Lisboa.
A Mota-Engil registou, nos primeiros nove meses deste ano, lucros atribuíveis ao grupo de 92 milhões de euros, um aumento de 20% em termos homólogos, tendo o volume de negócios neste período atingido os 4.090 milhões de euros, uma queda de 1,4% face ao mesmo período do ano anterior.






